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Lamego - A Cidade Fantasma da Floresta Amazônica

Foto - Rede Amazonia / National Geographic.
Foto - Rede Amazonia / National Geographic.

Descoberta e Contexto Histórico


Oculta por séculos sob a densa vegetação da Floresta Amazônica em Rondônia, a cidade de Lamego foi recentemente redescoberta por arqueólogos do projeto Amazônia Revelada, com apoio da National Geographic.


Equipamentos de LiDAR (Light Detection and Ranging) revelaram um plano urbano cuidadosamente estruturado, desafiando a ideia de que o interior amazônico era apenas território não ocupado pelos europeus.


Fundada no século XVIII, Lamego servia como ponto estratégico ao longo de rotas fluviais, facilitando o comércio e o transporte colonial.


A cidade foi projetada para acomodar cerca de 300 pessoas, entre colonizadores portugueses e indivíduos escravizados, evidenciando uma tentativa organizada de urbanização na floresta.

 

Arquitetura e Urbanismo


Ao adentrar Lamego, percebe-se o alinhamento preciso das ruas, que seguem um traçado quase cartesiano, com caminhos largos destinados ao tráfego de pequenas embarcações e carroças, adaptados às condições do terreno amazônico.


Cada rua termina em uma praça ou pátio central, que funcionava como ponto de encontro da comunidade, espaço para comércio, celebrações religiosas e decisões administrativas.

 

Praças

As praças principais são rodeadas por construções que indicam funções sociais e religiosas distintas. Uma praça central, maior que as demais, provavelmente servia de ponto administrativo e de mercado, onde comerciantes e moradores realizavam trocas e reuniões.


Ao redor, as igrejas apresentam fachadas simples, porém imponentes, com alvenaria robusta, adaptadas à umidade da floresta e à abundância de madeira local. Algumas estruturas ainda preservam fundamentos de pedra, sugerindo a influência direta da arquitetura portuguesa colonial.

 

Residências


As residências seguem um padrão funcional, geralmente construídas em fileiras paralelas às ruas, com pátios internos que permitiam ventilação e proteção contra as chuvas amazônicas.


Algumas casas apresentam vestígios de varandas e pequenos terraços, indicando preocupação estética aliada à funcionalidade. Materiais locais, como madeira de lei e palha para telhados, eram combinados com técnicas europeias de alvenaria e fundações reforçadas.

 

Edificações Religiosas e Administrativas


No coração da cidade, as igrejas e pequenas capelas se destacam não apenas pelo tamanho, mas pela posição estratégica, funcionando como referência visual para quem se deslocava pelas ruas.


Edifícios administrativos, como armazéns e depósitos, mostram uma preocupação com a logística e a organização econômica, refletindo uma sociedade estruturada e hierarquizada.

 

Cultura e Sociedade


A arquitetura de Lamego reflete a interação entre colonizadores portugueses, povos indígenas e pessoas escravizadas, gerando um ambiente cultural híbrido. Técnicas construtivas indígenas, adaptadas à floresta, coexistem com elementos europeus, como alinhamento urbano, fachadas simétricas e praças centrais.


A disposição das casas e a centralidade das praças indicam uma vida comunitária organizada, com atividades sociais, econômicas e religiosas intimamente interligadas.

A presença de igrejas e pátios revela a importância da fé e da administração local, enquanto os armazéns e depósitos mostram a atenção ao comércio e à logística colonial.

 

Lendas e Mistérios


Além da relevância histórica e arquitetônica, Lamego se insere em um território permeado por lendas amazônicas.


A cidade lembra histórias como a de Ratanabá, mencionada por Percy Fawcett, que descrevia cidades perdidas cheias de riquezas e conhecimento avançado.

 

Lamego é um exemplo impressionante de urbanismo colonial planejado, adaptado às condições desafiadoras da Amazônia.


Suas ruas alinhadas, praças centrais, residências funcionais e edifícios religiosos e administrativos revelam uma cidade complexa, organizada e culturalmente rica.


A descoberta não apenas amplia o conhecimento sobre a presença europeia no interior da Amazônia, mas também oferece uma janela para a vida social, cultural e arquitetônica de uma comunidade que, embora esquecida, permanece registrada nas pedras e vestígios da floresta.

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