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Voodoo (Vudu) & seus Guardiões



O Voodoo, também conhecido como Vodou, Vodun ou Vudú, tem suas raízes nas tradições espirituais da África Ocidental, especialmente entre os povos Fon, Ewe e Yoruba, que habitavam regiões como o atual Benim, Togo e Nigéria.


Quando os povos africanos foram levados como escravizados para as Américas e o Caribe durante o tráfico transatlântico, levaram consigo suas crenças e práticas espirituais.


O Voodoo se desenvolveu principalmente no Haiti, onde se fundiu com elementos do catolicismo trazido pelos colonizadores franceses, criando um sistema espiritual único.

 



Origem dos Lwas (Loas)


Os Lwas, também conhecidos como Loas, são espíritos venerados no Voodoo que atuam como intermediários entre o mundo divino e os humanos.


A origem dos Lwas remonta aos espíritos ancestrais africanos que representavam forças da natureza, virtudes humanas e elementos cósmicos. Com o sincretismo religioso durante o período colonial, muitos Lwas foram associados a santos católicos, criando uma mistura única de crenças.


Os Lwas são divididos em famílias ou nações, que representam diferentes aspectos da vida e do universo:


Família Rada: Espíritos benevolentes e pacíficos, associados à água, cura e sabedoria.


Família Petro: Espíritos mais agressivos, relacionados ao fogo, proteção e transformação.


Família Ghede: Espíritos da morte, sexualidade e regeneração, liderados por Baron Samedi.

 



Exemplos de Lwas e suas Funções


Papa Legba: Guardião das encruzilhadas e das portas espirituais. Ele é frequentemente associado a Santo Antônio e é invocado para permitir a comunicação com os outros Lwas.


Erzulie Freda: Espírito do amor, riqueza e beleza. Associada a Nossa Senhora das Dores, ela é representada com roupas luxuosas e joias.


Ogou Feray: Guerreiro feroz e protetor, associado a São Tiago Maior. Ele simboliza força, coragem e poder militar.


Damballah Wedo: Espírito serpente da sabedoria e criação, associado a São Patrício. Ele representa pureza e renovação.


Baron Samedi: Senhor dos cemitérios, morte e ressurreição, frequentemente associado a São Martinho de Porres. Ele possui uma personalidade irreverente e humorística.


Maman Brigitte: Guardiã dos túmulos e curadora, associada a Santa Brígida. Ela protege as almas e traz cura.


Zangbeto: Guardião da Noite, um espírito ancestral que protege as aldeias contra perigos e forças negativas, principalmente durante a noite. Originalmente, o Zangbeto era uma figura ligada à sociedade secreta masculina, mas hoje é reverenciado como uma entidade espiritual que zela pelo equilíbrio social.

 




Tradições e Cultura


As cerimônias de Voodoo envolvem cânticos, danças, tambores, oferendas e a invocação dos Lwas.


Os devotos entram em transe quando possuídos pelos espíritos, recebendo mensagens ou bênçãos. As cerimônias podem ter finalidades diversas, como cura, proteção, prosperidade ou resolução de conflitos.


O Voodoo também possui um forte senso comunitário, com as atividades espirituais frequentemente centradas em torno dos Hounfor (templos) e lideradas por sacerdotes (Houngans) e sacerdotisas (Mambos).

 




 Artefatos e seus Usos


Veves: Desenhos simbólicos feitos com farinha de milho ou pó branco, usados para invocar os Lwas.


Potes para Espíritos: Recipientes onde oferendas são colocadas para os Lwas.


Bonecas Voodoo: Utilizadas para canalizar energia espiritual, cura ou proteção, e não apenas para feitiços de maldição como popularmente se acredita.


Pacquetes Kongos: Pequenos pacotes feitos de pano e ervas, usados como talismãs de proteção ou cura.


Altares: Decorados com velas, bebidas, alimentos, imagens católicas e objetos pessoais dos espíritos.

 





Culinária Sagrada


A comida oferecida aos espíritos tem grande importância no Voodoo, representando a partilha entre o mundo material e espiritual. Alguns pratos tradicionais incluem:


Akasan: Bebida de milho fermentado associada a Damballah.


Fried Plantains (Bananas Fritas): Ofertadas a vários Lwas, especialmente Ogou.


Gateau Mais: Bolo de milho oferecido a Erzulie Freda.


Grio: Carne de porco frita, oferecida a Baron Samedi e os Ghede.

 



Por que o Voodoo Cresceu em Nova Orleans?


O Voodoo chegou a Nova Orleans no século XVIII, principalmente através de escravizados haitianos que fugiram da Revolução Haitiana (1791-1804). A cidade, com sua diversidade cultural e forte influência católica, tornou-se um ambiente fértil para o desenvolvimento do Voodoo.


A fusão entre o catolicismo, práticas espirituais africanas e as tradições indígenas criou um sistema religioso único em Nova Orleans. Figuras como Marie Laveau, a famosa Rainha do Voodoo, ajudaram a popularizar e legitimar a prática na cidade, combinando rituais de cura, magia e aconselhamento espiritual.


Os rituais de Voodoo em Nova Orleans incluíam músicas, danças, oferendas e a utilização de talismãs para proteção e sorte. A prática tornou-se parte integral da cultura local, influenciando a música, a arte e o folclore da região.

 



O Voodoo é uma tradição espiritual rica, que combina práticas ancestrais africanas, sincretismo religioso e uma conexão profunda com os espíritos.


É um pilar cultural e social para as comunidades que o praticam, promovendo cura, justiça e equilíbrio entre o mundo físico e espiritual.

 



 
 
 

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