Tunamar: Entre Lendas, Naufrágios e Aventuras Submersas
- Thais Riotto
- há 2 dias
- 3 min de leitura
o vasto azul do Atlântico, a leste da Ilha de Cabo Frio, repousa um gigante adormecido: o Tunamar, também conhecido como Solana Star.
Este navio, que carregava promessas de pesca e segredos do tráfico, tornou-se um marco da história marítima do Brasil, carregado de mistério, tragédia e fascínio para mergulhadores.
Data e local: O Tunamar naufragou em 11 de outubro de 1994, durante sua viagem inaugural de Niterói a Santa Catarina, a leste da Ilha de Cabo Frio, em Arraial do Cabo, RJ.
Condições: O naufrágio ocorreu devido a condições meteorológicas adversas, com mar agitado.
Consequências: Dos tripulantes, 22 sobreviveram, dois morreram e nove ficaram desaparecidos.
Profundidade: Os destroços estão a aproximadamente 61,5 metros de profundidade.
Da Fortuna ao Naufrágio
Construído no Japão em 1973 com o nome Foo Lang III, o navio navegou sob diferentes bandeiras e nomes até 1987, quando, já como Solana Star e sob bandeira panamenha, transportava 22 toneladas de maconha enlatada da Austrália aos Estados Unidos.
A Polícia Federal brasileira interceptou a embarcação, e em um gesto desesperado, a tripulação lançou grande parte da carga ao mar.
Algumas latas chegaram às praias do Rio de Janeiro e São Paulo, marcando o episódio conhecido como “Verão da Lata” um evento que ficou para sempre na memória popular e nos jornais da época.
Em 1989, após ser leiloado, o navio mudou seu destino: Henri Bueno o transformou em um pesqueiro de atum, rebatizando-o de Tunamar. Mas o que parecia ser um novo começo se transformaria em tragédia.
Em 11 de outubro de 1994, durante sua primeira viagem de Niterói a Santa Catarina, o Tunamar enfrentou o poder implacável do Atlântico.
Ventos fortes, ondas turbulentas e uma tempestade inesperada levaram o navio à sua perdição.
Dos 33 tripulantes a bordo, 22 sobreviveram, dois perderam a vida, e nove desapareceram nas profundezas. O Tunamar afundou a cerca de 61,5 metros de profundidade, tornando-se um gigante silencioso sob as águas.
Ecos do Passado
Embora o Tunamar tenha se tornado um ícone de naufrágio, o navio não carrega histórias de fantasmas documentadas.
O que permanece são os ecos do “Verão da Lata” e as lendas sobre o tráfico e as latas perdidas, que se transformaram em histórias sussurradas entre pescadores, mergulhadores e habitantes de Cabo Frio.
O navio, agora submerso, tornou-se um monumento silencioso da força da natureza e da fragilidade humana.
Aventuras Submersas
Hoje, o Tunamar é um destino cobiçado por mergulhadores experientes, um convite para explorar um mundo subaquático repleto de história e vida marinha.
Profundidade: Aproximadamente 61,5 metros, considerado um mergulho avançado.
Temperatura da água: Cerca de 13°C.
Visibilidade: Geralmente baixa devido à turvação das águas.
Mar: Frequentemente agitado, o que dificulta a entrada e saída do local.
Recomendação: Indicado apenas para mergulhadores com experiência em naufrágios e certificação avançada.
Um Testemunho do Tempo
O Tunamar repousa silencioso, um lembrete da história do tráfico, da pesca e da força do mar.
Para os que se aventuram em suas profundezas, ele oferece mais que um mergulho: oferece uma viagem ao passado, um encontro com a tragédia e a beleza, um convite a respeitar os mistérios que o oceano guarda.
E assim, entre lendas e mergulhos, o Tunamar permanece: um gigante submerso, guardião de histórias que o tempo não consegue apagar.








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