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Casarão Assombrado à Beira-Mar


Local: Pinacoteca Benedicto Calixto, Av. Bartholomeu de Gusmão, 15 - Boqueirão, Santos/BR

 

Em meio à movimentada orla de Santos, o visitante atento encontrará um pedaço intacto do início do século XX: um majestoso casarão branco de janelas amplas e colunas imponentes, cercado por jardins que parecem guardar segredos.


A Pinacoteca Benedicto Calixto, um dos maiores tesouros culturais da cidade, mas também palco de histórias que atravessam o limite entre o mundo dos vivos e o dos mortos.

 

Origens: o esplendor do ciclo do café


A construção do casarão remonta aos primeiros anos do século passado, quando Santos era o principal porto exportador do café brasileiro e vivia uma era de riqueza e sofisticação.


Encomendado por uma influente família de cafeicultores paulistas, o projeto foi concebido para refletir status, poder e bom gosto.


A arquitetura segue o estilo eclético, combinando a robustez das colunas neoclássicas francesas com a delicadeza de vitrais coloridos, balcões trabalhados em ferro fundido e um interior rico em detalhes artesanais.


O pé-direito alto, os pisos de madeira nobre e o acabamento das molduras de gesso revelam a opulência da época e o cuidado em cada detalhe.


Na época, o casarão não era apenas uma residência: era também palco de recepções luxuosas, saraus e encontros políticos.


Há registros de que figuras ilustres da sociedade santista e paulista passaram por aqueles salões, brindando com champanhe importado enquanto a música de pianos e gramofones ecoava pela noite.

 

 Transformação em templo da arte


Décadas depois, o imóvel foi adquirido pela Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto, criada para preservar e difundir a obra do pintor Benedicto Calixto de Jesus (1853–1927), um mestre da pintura brasileira famoso por retratar cenas marítimas, costumes caiçaras e o cotidiano do litoral paulista. Hoje, o casarão abriga:


  • Exposição permanente com obras originais de Calixto, incluindo suas famosas marinhas e paisagens de Santos e arredores.

  • Salas de exposições temporárias, que recebem artistas nacionais e internacionais.

  • Biblioteca especializada em arte, aberta ao público.

  • Jardins históricos, que mantêm o traçado original e são um refúgio verde em meio ao movimento da orla.

 

Ao entrar, o visitante é recebido por salões preservados com mobiliário de época, lustres de cristal e vitrais que filtram a luz do sol com um tom quase etéreo. A sensação é de que o tempo desacelera mas, para alguns, é mais do que isso.

 

Fenômenos inexplicáveis: o outro lado da Pinacoteca


Funcionários, seguranças e até visitantes relatam experiências estranhas que desafiam a lógica.


Entre as histórias mais comentadas está a aparição de uma mulher vestida de branco, vista principalmente no segundo andar, espiando pelas janelas ou caminhando pelos corredores. Outros fenômenos registrados incluem:


  • Passos e arrastar de móveis em salas vazias.

  • Portas que se fecham sozinhas, mesmo sem corrente de ar.

  • Sussurros quase inaudíveis, como se duas pessoas conversassem discretamente.

  • Pinturas que, segundo alguns, parecem acompanhar o visitante com o olhar.

 

Uma das lendas locais diz que a dama de branco seria uma antiga moradora da casa, possivelmente a esposa de um dos primeiros proprietários, que teria morrido de forma repentina e nunca abandonou o lar.


Há ainda quem diga que um dos antigos empregados também permanece “de serviço”, sendo visto esporadicamente nas áreas de serviço e corredores menos visitados.


Investigadores de fenômenos paranormais que já passaram pelo local afirmam ter captado mudanças bruscas de temperatura, ruídos metálicos e até vozes femininas em gravações noturnas.


 O casarão hoje: arte viva, passado persistente


Durante o dia, a Pinacoteca pulsa como centro cultural, recebendo escolas, artistas, pesquisadores e turistas.


É gratuita e aberta ao público, tornando-se parada obrigatória para quem quer conhecer a história e a produção artística do litoral paulista.


À noite, quando as luzes se apagam e o casarão repousa, ele parece despertar para outro tipo de vida ou melhor, para a persistência daquilo que um dia foi vivo.


Quem já participou de eventos noturnos ou visitas guiadas especiais garante que a atmosfera muda completamente: o ar fica mais denso, o silêncio mais pesado, e o som do mar, ao fundo, parece se misturar a vozes antigas.

 

 Para o visitante corajoso


Seja para contemplar obras de arte ou para sentir o arrepio de uma história que insiste em não terminar, a Pinacoteca Benedicto Calixto é uma parada única em Santos.


É um lugar onde o presente conversa com o passado e onde, talvez, as paredes guardem mais do que memórias guardem presenças.

 

 


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