Especial Eternamente dia dos Namorados: Brasil
- Thais Riotto
- 12 de jun.
- 7 min de leitura

Noiva Cadáver – Barretos/SP
História real: Um casal apaixonado tinha marcado casamento. Na noite do baile, o noivo morreu subitamente, e, desesperada, a noiva num choque cardíaco caiu morta sobre o corpo dele .
O que acontece hoje: No túmulo do noivo, há uma escultura com a jovem noiva sobre ele — muitos afirmam que, à noite, é possível ver a figura “viva”, e ouvir os gritos e soluços da mulher em luto .
Detalhes: A data exata é incerta, mas remonta ao início do século XX. A escultura original permanece no cemitério de Barretos.
Véu da Noiva – Paranapiacaba, Santo André/SP
Lenda local: Baseada num romance trágico entre um engenheiro e a filha de ferroviários. Ela morreu noiva, sem casar.
Visões: Moradores reportam uma “névoa branca” que se forma misteriosamente pela vila. Na ponte conhecida como “Véu da Noiva”, dizem ver a figura da jovem usando véu, passeando à luz do luar.
Curiosidade: A névoa é dita “viva”, acompanhada por suspiros e correntes de ar frio.
A Noiva do Jardim – Dois Córregos/SP
Narrativa: Em 1940, uma moça chamada Maria Luíza teria sido assassinada pelo namorado por ciúmes, perto da Lagoa dos Barros.
Manifestação paranormal: Diz-se que sua aparição ocorre à beira da estrada, vestida de branco, por volta da meia-noite. Em noites de lua cheia, teriam sido vistos os dois — ela dançando, o namorado espectral observando .
Rituais: Moradores deixavam oferendas — flores e velas — para “acalmar” o amor inconcluso.
Moça do Táxi (Loira do Táxi) – Belém/PA
Origem real: Josephina Conte (n. 19/4/1915 – †1931) morreu jovem — tuberculose — e, até hoje, motoristas juram tê-la levado de madrugada, principalmente no dia do aniversário dela
Detalhes do encontro: Ela pede carona, muitas vezes até um cemitério ou casa de família, e, ao final, o motorista descobre que ela já está morta há décadas
Curiosidade marcante: Na lápide, há uma imagem nova dela usando um broche de carro — que não estava na foto original —, o que reforçou a aura sobrenatural
Hoje: Josephina ganhou homenagem em fotonovela (2017) e curta (2019), e sempre é recordada no dia 19 de abril
Almas Sedutoras – Sudeste & Centro-Oeste
Categorias de aparições: Conhecidas como “Dama de Branco”, “Loira do Táxi”, “Maria Angélica”
Padrão recorrente: Mulheres atraentes que pedem carona, especialmente na noite do aniversário ou datas especiais.
Desfecho macabro: Elas desaparecem sem pagar ou entram no cemitério pedindo cobrarem a família. Descobre-se que são fantasmas
Lenda / Local | Nomes envolvidos | Quando acontecem | Como aparecem | Curiosidades |
Noiva Cadáver (Barretos) | Jovem noiva e noivo falecido | Início do século XX | A noite no cemitério | Escultura real que “se mexe” pelos crentes |
Véu da Noiva (Paranapiacaba) | Noiva sem nome | Século XX / atual | Em névoa branca perto da ponte | Névoa que surge sozinha e se move |
Noiva do Jardim (Dois Córregos) | Maria Luíza & namorado fantasma | Década de 1940 | Dança à beira da estrada | Moradores deixam oferendas |
Moça do Táxi (Belém) | Josephina Conte | Desde 1931 (19/4) | Carona em táxi madrugada / apps | Foto na lápide com broche misterioso |
Almas Sedutoras (diversas) | Varia (Dama de Branco etc.) | Datas comemorativas | Pedem carona e desaparecem | Louco padrão em várias regiões do Brasil |
Outras menções de casais/fantasmas românticos:
Lenda de Alagoas: Um homem leva uma mulher doente ao altar; ela pede para deixá-la no cemitério e depois revela… que está morta há anos. A capa dele é vista pendurada no ar.
Paranapiacaba: Além do Véu da Noiva, há relatos do “Trem Fantasma” e dos engenheiros ingleses que construíram a ferrovia, com casais ou figuras espectrais entre os trilhos
Noiva Fantasma em estradas e pontes (várias regiões)
Origem: Lenda nacional, com relatos em Campinas (SP), Piripiri (PI), e outras cidades — uma noiva em estrada que morre no altar ou em um acidente e depois vaga vestida de noiva, pedindo carona.
Fenômeno: Pedem carona à noite, desaparecem misteriosamente, às vezes deixam a impressão de terem sido acompanhadas por seu “noivo” espectral.
Curiosidade: No Piauí, contam que ela sobe na garupa da moto de um estranho — depois some.
Loira do Bonfim – Belo Horizonte, MG
Quem era: Uma jovem misteriosa que apareceu entre 1940-50 no ponto de bonde do Bonfim.
Aparições: Usando vestido branco, abordava motoristas de bonde dizendo morar no Bonfim; levava-os ao cemitério, desaparecendo ali mesmo.
Mistério: Dizem que era “presa” nas portas do além — sua razão e identidade nunca ficaram claros.
Lenda da Amorosa – Conceição de Macabu, RJ
Personagens: Ipojucam e Jandira, índios sacurus noivos, vítimas de morte trágica quando perseguidos por Anhangá que se transformou em tromba d’água na cachoeira “Amorosa”.
Pós-morte: Acredita-se que os corpos jamais foram recuperados, e muitos dizem que, à noite, se vê uma presença de casal rejuvenescido no local do encontro trágico.
Igarapé das Almas – Belém, PA
Contexto histórico: Relacionado à Revolução da Cabanagem (1835–44), onde revoltosos teriam escondido armas na região.
Visões: Espíritos dos cabanos percorrendo o canal com fisionomias torcidas de sofrimento.
Conexão amorosa?: Em uma seção do livro “Visagens e Assombrações de Belém”, aparecem casais — “fantasmas eróticos” e “moça sem face”, sugerindo que amantes falecidos continuam inseparáveis.
Pátio de São Pedro – Recife/PE
O caso: Espírito de uma mulher jovem, abandonada; vestia-se de preto e vivia vagando pelos corredores de um casarão do século XVIII.
Desfecho trágico: Era prostituta, abandonada pelo amante, que se suicidou incendiando-se — seu espírito ainda vaga em eterno luto.
Rituais populares: Moradores promoveram missas para tentar acalmar seu espírito, que aparece intermitente.
Fantasma de Botujuru – SP
Quem era: Henry J. Beeck, engenheiro inglês assassinado em 23 de abril de 1898 durante a construção do túnel da ferrovia.
Aparição: Vulto do engenheiro aparece à beira dos trilhos no túnel em noites úmidas, supostamente procurando seus assassinos.
Notas românticas: Há versões que falam de uma companheira que amava e também pereceu, e que ambos ainda vagam juntos nos trilhos — mas falta confirmação detalhada.
Barco Fantasma – Pantanal, MT
História do casal: No fim do século XIX, um barco naufragou na Baía de Chacororé com tripulação e passageiros, possivelmente amantes viajando juntos.
Fenômeno: Em noites de lua cheia, ele emerge brevemente, com vozes, risos e até conversas audíveis,
Ambiente romântico: Há relatos de sussurros amorosos misturados aos risos — lembranças de um romance que o rio não deixou esquecer.
Local / Lenda | Casal / Personagens | Ocorrência | Como aparecem | Detalhe Romântico |
Estradas (SP, PI, etc.) | Noiva Fantasma (vários namorados) | Acidentes, noites de lua cheia | Pedem carona, sobem na garupa, desaparecem | Buscando seu amor perdido |
Bonfim, BH | Loira do Bonfim | Anos 1940‑50, madrugada | Desaparece no cemitério do bairro | Vagando com saudade |
Conceição de Macabu, RJ | Ipojucam & Jandira | Século XIX, coroação indígena | Presença na cachoeira “Amorosa” | Vivem em ecos no rio |
Belém, PA | Cabano amoroso & amante espectral | Século XIX, Revolução da Cabanagem | Ambientes como o igarapé | Amor que transcende a morte |
Recife, PE | Mulher abandonada | Século XX | Vagando em casarão, vestida de preto | Traição e luto eterno |
Botujuru, SP | Eng. Beeck e poss. amante | Fim de abril de 1898 | Trilhos do túnel em neblina | Amor não reconhecido até na morte |
Pantanal, MT | Passageiros no barco afundado | Fim do século XIX, lua cheia | Só aparecem juntos no barco | Riso e vozes entre ondas |
Teiniaguá – Rio Grande do Sul (Quaraí)
História: Lenda de uma princesa moura que se transforma em salamandra e fica presa num encantamento milenar.
Romance pós-encantamento: Ao abandonar sua forma animal, ela reaparece como uma bela jovem que reencontra seu amado sacristão, poucos meses após chegarem ao Brasil, caso o encantamento seja quebrado.
Curiosidade: A história termina feliz, com o casal casando-se e dando origem a descendentes no RS — uma rara história de amor encantado e libertador.
Noiva do Rio Maranhão – lenda nordestina
Na ponte sobre o Rio Maranhão, uma noiva vestida de branco aparece à noite, pedindo carona no banco de trás de moto ou carro — e some repentinamente.
Um motoqueiro relatou: “uma noiva... na garupa da moto… sumiu rapidamente.”
Um conto semelhante ao das “loiras”, mas com a dinâmica de casal em deslocamento — crescente no folclore brasileiro.
A Mulher da Capa Preta – Alagoas
Uma linda mulher dança num baile. Ao meia-noite, pede para ir ali – na porta de um cemitério – e deixa o recém‑conhecido em choque. Ele descobre que ela já faleceu há décadas, e sua capa permanece na lápide,
O relato diz: “o homem pegou a capa... viu pendurada no túmulo da jovem”.
Um caso com final trágico e romântico — ela conduz ao cemitério, revelando o mistério.
Noiva da Lagoa dos Barros – RS
Em Osório/Santo Antônio da Patrulha (RS), Maria Luíza foi assassinada e jogada na lagoa em 1940.
À noite, uma mulher de branco vaga em busca de seu noivo, e às vezes um barco iluminado aparece no local, com vozes e música — como se o casal se reencontrasse ritualmente.
Castelinho do Alemão – Peruíbe (SP)
Embora não seja exatamente um casal humano, uma versão local conta que um alemão nazi mantinha uma amante presa na torre do castelo — e após a morte dele, o fantasma da mulher continua a aparecer, por vezes com a silhueta do homem ao fundo. Um romance sombrio entre vigar e tragédia.
Noivas Fantasma no Nordeste e Sul
Várias cidades do Nordeste e Sul relatam “noivas fantasmas” que pedem carona e desaparecem no cemitério, às vezes acompanhadas por seu noivo espectral.
Como diz um relato de Curitiba: “a lenda da loira fantasma que pegou taxi no centro e sumiu quando passaram pelo cemitério municipal”
Esses contos têm temáticas parecidas, mas nuances regionais — noiva, loira, Galega de Santo Amaro, etc.
Lenda / Local | Personagens | Manifestação | Enredo Romântico |
Teiniaguá, RS | Princesa moura & sacristão | Libertação do encanto | Finais felizes – casamento e descendência |
Noiva do Maranhão, Nordeste | Noiva fantasma | Garupa de moto ou carro | Amor interrompido com retorno e sumiço súbito |
Capa Preta, Alagoas | Bailarina fantasma | Baile → cemitério, capa permanece | Romance fatal com revelação macabra |
Maria Luíza, RS | Noiva assassinada & noivo | Vulto, barco iluminado com vozes/noivos | Ritual noturno de reencontro/despedida |
Castelinho, SP | Amante e amor trancado | Aparições no castelo, figuras sombrias | Amor aprisionado que transcende a morte |
Noivas genéricas | Varia: loira, galega, noiva | Carona + desaparecimento cemitério | Busca eterna pelo amor perdido |
Essas histórias, carregadas de amor além da morte, se espalham por todo o país: do Pantanal ao Pará, do interior de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Envolvem trágicos desfechos, imagens sensíveis (como esculturas ou túmulos), e datas que intensificam o amor além da vida, literalmente.
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