Avenida Paulista - O Outro lado do que não se vê
- Thais Riotto
- 27 de ago.
- 2 min de leitura

Por cima, a Avenida Paulista é um desfile de arranha-céus, antenas, museus e milhões de passos apressados.
É símbolo do progresso de São Paulo, palco de protestos, de festas e de negócios que movimentam o Brasil.
Mas há quem diga que, sob a sua camada de concreto, pulsa outra avenida secreta, sombria e cheia de vozes antigas.
Um labirinto subterrâneo, feito de túneis, passagens esquecidas e histórias que nunca saíram dos jornais, mas sobreviveram nos sussurros da cidade.
A Paulista que o olho não vê
Debaixo da avenida, corre um sistema intricado de passagens: túneis do metrô, galerias de pedestres, dutos técnicos que sustentam a vida da superfície. Estações como Paulista (Linha Amarela) e Consolação (Linha Verde) são conectadas por um corredor subterrâneo onde milhares de pessoas circulam todos os dias muitas sem imaginar que estão caminhando dentro de um projeto pensado desde a década de 1970.
E há mais. Entre as fundações dos prédios, alguns arquitetos falam de salas esquecidas, porões sem uso, corredores cegos que foram erguidos e depois abandonados. Não é raro trabalhadores da construção relatarem a sensação de estar sendo observados, ou o eco de passos que não pertencem a ninguém.
Túneis secretos e histórias proibidas
A imaginação paulistana mexe com o imaginário e cria a magia que envolve o local, com seu passado de casarões aristocráticos e sua vocação para o futuro, virou terreno perfeito para lendas subterrâneas. Lendas ou realidade?
antigos casarões a outras mansões da elite, usados em tempos de repressão ou fuga;
instituições financeiras a prédios vizinhos, para transporte de valores em sigilo;
até mesmo conexões militares sob a avenida, guardadas a sete chaves.
Alguns a veem como um “meridiano mágico” da cidade, alinhado a antigos caminhos indígenas que cruzavam o planalto.
Outros defendem que os encontros subterrâneos — de águas, de túneis, de corredores ocultos — são portais, lugares onde o mundo físico e o espiritual se tocam.
Há ainda quem diga que os grandes manifestos coletivos da superfície deixam ressonâncias no subsolo, como se o asfalto vibrasse com a voz de milhares de pessoas.
Turismo do mistério: como sentir essa Paulista oculta
Hoje, é possível explorar parte desse imaginário de maneira segura e oficial:
Passagens subterrâneas do metrô: como o túnel entre Consolação e Paulista, onde se pode sentir o fluxo constante e imaginar a força invisível que corre sob a avenida.
Museus e centros culturais: muitos ocupam edifícios históricos da Paulista e oferecem visitas guiadas que revelam porões, salas técnicas e memórias ocultas.
Roteiros de lendas urbanas: grupos culturais organizam passeios temáticos que contam essas histórias de forma teatral, misturando fatos e boatos, ciência e imaginação.
A Avenida Paulista é palco de dois mundos: o visível, que brilha com néons, arte e negócios; e o oculto, que se move nas sombras dos túneis e nos ecos subterrâneos.
Se na superfície a Paulista é símbolo de modernidade, abaixo dela é um altar de segredos.
Ao caminhar por suas calçadas, lembre-se: sob seus pés, pode haver passagens esquecidas, corredores inacabados e vozes que nunca pararam de falar.
E talvez seja esse o maior encanto da avenida: mostrar que São Paulo não é apenas feita de prédios, mas também de mistérios.
Adorei, passo por ela todos os dias para ir trabalhar e nunca tinha pensado em nada disso, vou começar a reparar agora por causa do seu blog. Adoro as dicas e curiosidades que conta sobre o mundo.
Era fã dos livros, que ia perguntar esses dias, mas já achei estão no Google Livros, uma amiga disse que a Amazon tirou vários autores sem editoras, que pena, que tiraram os seus eu tinha quase todos. Mas vou comprar pelo Google Livros.