O Solar da Marquesa e seus Mistérios
- Thais Riotto
- há 1 hora
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Local: Rua Roberto Simonsen, 136 – Centro Histórico – São Paulo/SP
História do Solar da Marquesa de Santos
O Solar da Marquesa de Santos, localizado na Rua Roberto Simonsen, 136, no centro histórico de São Paulo, é um dos mais importantes patrimônios arquitetônicos da cidade.
A construção original remonta à segunda metade do século XVIII, sendo um raro exemplar de residência urbana colonial preservada na capital paulista.
Em 1834, o imóvel foi adquirido por Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, que transformou o local em um centro de sociabilidade da elite paulistana.
Saraus, bailes e encontros literários eram comuns na residência, consolidando sua importância cultural na cidade.
Após a morte da Marquesa em 1867, o Solar passou para seu filho, o Comendador Felício Pinto de Mendonça e Castro.
Em 1880, a Mitra Diocesana adquiriu o imóvel e instalou o Palácio Episcopal, realizando reformas significativas. Entre 1909 e 1967, o Solar foi ocupado pela The São Paulo Gas Company, que também promoveu alterações estruturais.
Em 1971, o Solar foi tombado como monumento histórico pelo Estado de São Paulo e, em 1975, passou a abrigar a Secretaria Municipal de Cultura. Atualmente, funciona como Museu da Cidade de São Paulo, oferecendo exposições sobre a história urbana e social da capital.
Arquitetura do Solar
O Solar é um exemplo marcante da arquitetura colonial paulista. A construção original utilizou taipa de pilão, técnica típica do período colonial.
O edifício principal possui dois pavimentos voltados para a Rua Roberto Simonsen, enquanto anexos de cinco pavimentos foram adicionados nas décadas de 1930 e 1940 voltados para a Rua Bittencourt Rodrigues.
Durante as restaurações, foram preservadas características originais, como paredes de taipa de pilão e taipas francesas, juntamente com elementos de alvenaria do século XVIII.
A fachada neoclássica, adicionada em 1965, mantém o caráter histórico do Solar, permitindo a percepção das camadas de história e transformações que o edifício sofreu ao longo do tempo.
Quem foi a Marquesa de Santos
Domitila de Castro Canto e Melo, nascida em 1797, foi uma das figuras mais influentes do Brasil durante o Primeiro Reinado.
Filha do coronel reformado João de Castro Canto e Melo e de Escolástica Bonifácio de Toledo Ribas, casou-se em 1813 com Felício Pinto Coelho de Mendonça, com quem teve dois filhos.
Domitila mudou-se para Vila Rica (atual Ouro Preto), local de nascimento de seus filhos.
Tornou-se amante de Dom Pedro I, com quem manteve um relacionamento por cerca de sete anos. Durante esse período, acumulou posses, títulos e influência política, sendo agraciada com os títulos de viscondessa e, posteriormente, marquesa de Santos.
Após o rompimento com Dom Pedro I em 1829, Domitila se mudou para São Paulo, adquirindo o Solar da Marquesa de Santos.
Faleceu em 1867, deixando um legado marcado por sua personalidade forte e participação ativa na sociedade e na política do Brasil Império.
Propriedades da Marquesa em São Paulo
Além do Solar, a Marquesa possuía outras propriedades na cidade.
Uma delas é a Rua Marquesa de Santos, no bairro do Ipiranga, em homenagem à sua importância histórica.
O bairro do Ipiranga é conhecido por ser o local da Proclamação da Independência do Brasil em 1822, reforçando a presença e influência de Domitila na história de São Paulo e do país.
Cultura e Legado
O Solar da Marquesa de Santos mantém viva a tradição cultural de seu passado aristocrático.
Atualmente, abriga o Museu da Cidade de São Paulo, promovendo exposições que exploram a história urbana e social da capital.
O espaço também realiza saraus e eventos literários, em continuidade à tradição iniciada pela Marquesa.
Assombrações e Mistérios
O Solar é cercado por histórias de assombrações. Relatos indicam que a própria Marquesa ainda visita o local, com aparições e fenômenos inexplicáveis, especialmente durante a noite.
Nas proximidades, o Beco do Pinto, ou Beco do Colégio como também é conhecido, carrega sombras e relatos de aparições, incluindo a figura da Marquesa.
Vozes, passos, e sons que não se explicam, algumas pessoas relataram luzes que ascendem sozinhas, conversas ouvidas quando o local está fechado e vazio, ao menos vazio de pessoas vivas...








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