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Os Mistérios Sagrados da Umbanda


Na Umbanda, abrir uma gira significa dar início a um trabalho espiritual, geralmente em um terreiro, onde entidades como caboclos, pretos-velhos, crianças, entre outros, se manifestam para ajudar os consulentes.


fechar uma gira é o encerramento desse trabalho espiritual. Envolve o descarrego do terreiro (limpeza energética final), agradecimento às entidades, cantos de despedida, encerramento dos pontos cantados e desligamento das forças invocadas.


É uma forma de respeito e equilíbrio, garantindo que tudo seja finalizado de maneira harmoniosa.


Esses dois momentos são fundamentais para manter a ordem, a proteção e a seriedade do ritual.


Tanto na abertura, como no fechamento estão as orações: Pai Nosso e a Ave Maria, defumação, cânticos e toques dos atabaques, preparando o ambiente e os médiuns espiritualmente, para abertura e para o fechamento dos trabalhos



Umbanda é mais que fé. É o som da ancestralidade ecoando nos atabaques, é a força dos ventos que guiam os barcos, é o fogo que transforma a dor em cura.


Nascida do encontro entre o sagrado africano, o espírito indígena, a fé cristã e a ciência espiritual, a Umbanda é brasileira em sua essência — diversa, acolhedora e profundamente transformadora. Sua missão é clara: caridade, equilíbrio e elevação da alma.



Origens e História da Umbanda no Brasil


A Umbanda foi fundada em 15 de novembro de 1908, em São Gonçalo (RJ), por intermédio do médium Zélio Fernandino de Moraes, que incorporou o espírito do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Ele declarou:


“A Umbanda terá fundamento, amor e caridade. Será a manifestação do espírito para a prática da caridade.”


Apesar dessa oficialização, a Umbanda já vivia nos rituais de negros escravizados, nos cultos aos antepassados indígenas e nas rezas populares. Seu surgimento representa a união entre mundos invisíveis e a luta de corpos marginalizados por dignidade espiritual. É o elo entre tradições, cultura e fé.

 

As Linhas Espirituais da Umbanda  


   

Linha dos Ciganos


  • Representa o povo livre, viajante, místico e alegre. Carrega saberes ancestrais sobre oráculos, ervas, danças e encantamentos.

  • Atua na prosperidade, liberdade espiritual, leitura de cartas e magia do amor.

  • Entidades: Cigana Esmeralda, Cigano Pablo, Cigana do Oriente, entre outros.

  • Elementos: lenços, moedas, rosas, vinho, baralho cigano, danças.

  • Cor: dourado, vermelho, violeta.

 

 

 

 Linha dos Marinheiros

  • Espíritos de antigos navegantes e pescadores.

  • Simbolizam a fluidez emocional, superação de dificuldades e sabedoria das águas salgadas.

  • Alegria, humildade, equilíbrio.

 

 

Linha dos Boiadeiros

  • Espíritos de homens do campo, laçadores, vaqueiros e peões.

  • Fortes, retos, trabalham em demandas pesadas e proteção espiritual.

  • Elemento: couro, chapéus, fumo de rolo.

 



 Linha dos Malandros

  • Espíritos de homens boêmios, sábios da malandragem urbana.

  • Trabalham com leveza, inteligência, alegria e resolução de problemas com astúcia.

  • Entidade mais conhecida: Zé Pelintra.

 

 

Linha dos Caboclos

  • Quem são: Espíritos de indígenas brasileiros, guerreiros, curandeiros e líderes ancestrais.

  • Atuação: Trazem força, coragem, cura com ervas, sabedoria das matas e proteção espiritual.

  • Forma de trabalho: Firmeza na palavra, cantos fortes, uso de ervas e conhecimento da natureza.

  • Exemplos: Caboclo Pena Branca, Caboclo Tupinambá, Cabocla Jurema.

 


Linha dos Pretos Velhos

  • Quem são: Espíritos de anciãos negros escravizados, sábios e pacientes.

  • Atuação: Trabalham com humildade, fé, aconselhamento, passes de cura e desmanche de feitiços.

  • Forma de trabalho: Fala mansa, uso de cachimbo, café, ramos de arruda e rezas.

  • Exemplos: Pai Benedito, Vó Maria Conga, Pai Joaquim.

 


Linha dos Erês

  • Quem são: Entidades que se manifestam como crianças — puras, alegres e espiritualmente elevadas.

  • Atenção: Não são espíritos de crianças falecidas, mas entidades que trazem a vibração da infância divina.

  • Atuação: Curam traumas emocionais, limpam ambientes e trazem leveza e alegria aos terreiros.

  • Forma de trabalho: Brincadeiras, doces, guaraná, palavras inocentes com mensagens profundas.

 


Linha dos Baianos

  • Quem são: Espíritos de nordestinos, trabalhadores, vaqueiros, pescadores, rezadores e benzedeiros.

  • Atuação: Abertura de caminhos, proteção, sabedoria popular, firmeza e trabalho com alegria.

  • Forma de trabalho: Gírias, cantos animados, pimentas, comidas típicas e muita força de vontade.

  • Exemplos: Baiano Zé do Coco, Baiana Maria Bonita, Baiano Severino.

 

 


EGRÉGORA: A ALMA VIVA DA UMBANDA

 

O que é uma Egrégora?


Egrégora é uma consciência coletiva espiritual formada pela soma de pensamentos, sentimentos, rituais, crenças e intenções de um grupo de pessoas. É como um “campo espiritual vivo”, alimentado por devoção, fé e conexão energética.


Na Umbanda, a egrégora se forma por todos os médiuns, guias, orixás, entidades e fiéis que vibram em caridade, fé e evolução espiritual. Essa força espiritual coletiva protege, guia e potencializa os trabalhos realizados em nome da luz.

 

 A Egrégora dos Povos Ciganos


A Linha dos Ciganos, embora não seja originária da Umbanda, foi abraçada pela sua vibração elevada. A egrégora cigana é ligada à liberdade, ao encantamento, ao mistério da noite, à leitura dos sinais do destino e ao amor pela beleza da vida. Composta por espíritos ciganos de diversas etnias (Kalón, Rom, Sinti, Lovara), essa egrégora é alimentada por rituais com:

 

  • Baralho cigano (Lenormand)

  • Dança com saias, lenços e moedas

  • Vinho, rosas, pedras e cristais

  • Fogueiras, orações, astrologia lunar

 

São entidades que não se submetem a dogmas — elas dançam com o tempo, curam com os olhos e encantam com a voz. Sua missão dentro da Umbanda é trazer alegria, abrir os caminhos afetivos e financeiros, e ensinar a viver com plenitude e beleza.

 

A Umbanda é uma religião de corpo, alma e coração. Um terreiro é ao mesmo tempo hospital espiritual, universidade da alma, lar de consolo e campo de batalha contra as dores do mundo. Ali, entidades de todas as partes do plano espiritual se unem para cumprir uma missão sagrada: ajudar a humanidade a evoluir com amor e justiça.

 

Como ensina um ponto tradicional:

 

“Umbanda é amor que vibra, é a luz que nos conduz.

Na gira dos Orixás, é a força viva de Jesus.”

 

 

OS ORIXÁS NA UMBANDA: FORÇAS DIVINAS DA NATUREZA E DA ALMA


Na Umbanda, os Orixás não são deuses distantes, mas forças vivas da natureza e princípios divinos que regem aspectos da criação, da vida humana e da espiritualidade. São emanadores de energia cósmica, arquétipos universais que se manifestam em nosso cotidiano, em nossas escolhas e em nossa evolução espiritual.


Embora a Umbanda tenha sua própria forma de cultuar os Orixás — mais simbólica e voltada à vibração energética —, suas origens estão ligadas às tradições africanas, especialmente às nações iorubá, bantu e jeje, que trouxeram para o Brasil os fundamentos da ancestralidade, da natureza e da espiritualidade ativa.

 

OXALÁ – O Pai da Criação, a Luz Maior

  • Origem: Derivado de Obàtálá, da cultura iorubá. É o mais velho e mais respeitado entre os Orixás.

  • História Mítica: Segundo os mitos iorubás, Oxalá foi incumbido por Olodumare (Deus Supremo) de criar o mundo e os seres humanos. Sua pureza e sabedoria o tornaram símbolo do princípio criador.

  • Energia na Umbanda: Representa a fé, a paz, a paciência, a serenidade e a espiritualidade superior. Sua vibração é branca, pura, elevada.

  • Sincretismo: Jesus Cristo.

  • Cor: Branco.

  • Dia: Sexta-feira.

  • Elemento: Luz e ar puro.

 



OGUM – O Senhor dos Caminhos e da Guerra Justa

  • Origem: Orixá iorubá ligado ao ferro, à guerra e à tecnologia.

  • História Mítica: Foi o primeiro a desbravar os caminhos do mundo com sua espada de ferro. Ogum abriu as estradas e lutou pela sobrevivência da humanidade.

  • Energia na Umbanda: Atua como abridor de caminhos, patrono da justiça, força e coragem. Está presente nas lutas da vida e nas batalhas internas.

  • Sincretismo: São Jorge.

  • Cor: Azul escuro e vermelho.

  • Dia: Terça-feira.

  • Elemento: Estradas, ferro e armas.

 


XANGÔ – O Juiz da Humanidade, Senhor do Trovão

  • Origem: Antigo rei de Oyó, divinizado após sua morte. Orixá iorubá da justiça e do trovão.

  • História Mítica: Carregava um machado duplo e governava com equidade. Sua ligação com o trovão simboliza sua ira justa.

  • Energia na Umbanda: Representa a justiça divina, o equilíbrio, a ética e a verdade. Atua em questões cármicas e julgamentos espirituais.

  • Sincretismo: São Jerônimo ou São João Batista.

  • Cor: Marrom, vermelho e branco.

  • Dia: Quarta-feira.

  • Elemento: Pedreiras e rochas.

 


OXÓSSI – O Caçador das Matas e da Sabedoria

  • Origem: Orixá iorubá da caça, das matas e do conhecimento.

  • História Mítica: Grande caçador que, com sua flecha, atinge o alvo com precisão. Representa a fartura, o sustento e o saber que vem da natureza.

  • Energia na Umbanda: Atua como protetor da natureza, do alimento e da busca pelo conhecimento espiritual.

  • Sincretismo: São Sebastião.

  • Cor: Verde.

  • Dia: Quinta-feira.

  • Elemento: Matas, florestas, ervas.

 


IEMANJÁ – A Mãe dos Mares e Rainha das Águas

  • Origem: Orixá iorubá associada aos oceanos e à maternidade.

  • História Mítica: Senhora das águas salgadas, geradora da vida e mãe de diversos Orixás. É a grande mãe espiritual.

  • Energia na Umbanda: Representa o amor incondicional, a maternidade, o acolhimento, a família e o lar.

  • Sincretismo: Nossa Senhora dos Navegantes / Nossa Senhora da Conceição.

  • Cor: Azul claro e branco.

  • Dia: Sábado.

  • Elemento: Oceanos e mares.

  



IANSÃ (OYÁ) – Senhora dos Ventos e das Tempestades


  • Origem: Orixá iorubá guerreira, senhora dos ventos, relâmpagos e da transformação.

  • História Mítica: Foi esposa de Xangô e é conhecida por sua bravura e domínio sobre os eguns (espíritos desencarnados).

  • Energia na Umbanda: Representa a força da mudança, da paixão, do impulso, da liberdade e da tempestade que transforma.

  • Sincretismo: Santa Bárbara.

  • Cor: Vermelho, amarelo ou rosa.

  • Dia: Quarta-feira.

  • Elemento: Ventos, raios, tempo.


 

OMULU / OBALUAYÊ – Senhor da Morte, Cura e Renascimento

  • Origem: Orixá iorubá do mistério, das doenças e da cura.

  • História Mítica: Foi rejeitado pela mãe e coberto por chagas. Sua redenção veio por meio da cura que ele mesmo trouxe aos outros. É o guardião dos cemitérios.

  • Energia na Umbanda: Atua como curador espiritual, transmutador de dores e regente das passagens entre vida e morte.

  • Sincretismo: São Roque ou São Lázaro.

  • Cor: Preto, branco e roxo.

  • Dia: Segunda-feira.

  • Elemento: Terra, areia, fogo sagrado.

 

  

 OXUMARÊ – O Arco-Íris e a Força dos Ciclos

  • Origem: Orixá da dualidade, da renovação e da riqueza. Representa o arco-íris e a serpente sagrada.

  • História Mítica: É uma entidade andrógina e cíclica que liga o céu à terra. Controla a chuva e traz prosperidade.

  • Energia na Umbanda: Representa a força de regeneração, riqueza espiritual e equilíbrio entre opostos.

  • Sincretismo: São Bartolomeu.

  • Cor: Verde e amarelo.

  • Elemento: Arco-íris, chuva, serpente.

 


NANÃ BURUKU – A Senhora da Lama e da Ancestralidade

  • Origem: Orixá feminino mais antigo do panteão iorubá.

  • História Mítica: Avó dos Orixás, senhora da morte sagrada, que recebe os corpos na lama para devolvê-los à vida.

  • Energia na Umbanda: Representa a sabedoria ancestral, o tempo, a gestação e os mistérios profundos da existência.

  • Sincretismo: Sant’Ana.

  • Cor: Roxo e lilás.

  • Elemento: Lama, águas profundas, tempo.

 


OXUM – Senhora das Águas Doces, do Amor e da Prosperidade

  • Origem: deusa da fertilidade, do ouro e da beleza.

  • História Mítica: vista como uma divindade doce e poderosa. Nos mitos africanos, foi ela quem, com sua doçura e inteligência, salvou a criação do mundo quando os orixás masculinos falharam. 

  • Energia na Umbanda: atua no campo do amor, da fertilidade, da autoestima, das emoções, da prosperidade e da maternidade espiritual. Trabalha na abertura dos corações e na limpeza de mágoas profundas.

  • Sincretismo: Nossa Senhora Aparecida ou Nossa Senhora das Candeias.

  • Cor: Amarelo ouro (também branco e azul claro, conforme a casa).

  • Dia: Sábado.

  • Elemento: Águas doces (rios, fontes, cachoeiras), espelhos, perfumes e flores amarelas.



OS GUARDIÕES ENTRE MUNDOS


Os Exus, Pombagiras, Exus Mirins e Pombagiras Mirins não são “demônios”, como erradamente difundido por preconceitos religiosos e sociais. São entidades evoluídas, experientes e conscientes, que trabalham com firmeza e sabedoria nas zonas onde os Orixás, por sua altíssima vibração, não atuam diretamente.


Eles formam o “lado de fora” da casa espiritual, os que protegem a entrada, limpam o terreiro, guardam os portais, dialogam com o mundo humano e enfrentam as trevas quando necessário. São eles que defendem o médium, resolvem conflitos cármicos e libertam o consulente das amarras invisíveis.

 

EXUS: SENHORES DAS ENCRUZILHADAS E GUARDIÕES DE CAMINHOS


Quem são?

Exus são entidades masculinas da Umbanda que atuam na linha da esquerda. São espíritos de antigos magos, guerreiros, alquimistas, curadores, reis, escravizados libertos e homens de rua, que passaram por longos ciclos de aprendizado e hoje trabalham para o bem maior.

 

Função espiritual

  • Guardam as casas espirituais e os médiuns;

  • Quebram demandas, feitiços e obsessões;

  • Orientam sobre o mundo material (trabalho, dinheiro, justiça, decisões difíceis);

  • Dialogam com espíritos perturbadores e os encaminham.

 

 Características

  • São diretos, firmes, sábios, mas respeitam as Leis da Umbanda;

  • Usam linguagem popular, brincalhona ou provocativa;

  • Trabalham com bebidas, charutos, pimentas, espadas, tridentes e velas vermelhas/preta/brancas.

 

Exus mais conhecidos

  • Exu Tranca-Ruas

  • Exu Caveira

  • Exu Marabô

  • Exu Veludo

  • Exu Tiriri

  • Exu Sete Encruzilhadas

  • Exu Rei das Sete Covas

 

Exu não é o diabo. Eles é um espírito iluminado que transita nos caminhos densos para proteger os humanos. A associação de Exu ao mal vem do racismo religioso e da ignorância sobre a religiosidade afro-brasileira.

 



POMBAGIRAS: SENHORAS DAS ENCRUZILHADAS E DO FEMININO LIVRE


Quem são?

Pombagiras são entidades femininas poderosas da esquerda, ligadas à sensualidade sagrada, ao amor, à força emocional e ao domínio sobre os desejos. Foram mulheres fortes, ousadas, marginalizadas, rainhas, meretrizes, mães, feiticeiras e sábias que, após muita evolução, assumiram o papel de guardiãs espirituais.

 

Função espiritual

  • Trabalham no campo afetivo e emocional;

  • Resgatam autoestima, libertam da opressão, orientam sobre sexualidade e amor-próprio;

  • Desfazem feitiços de manipulação emocional e sexual;

  • Atuam também em proteção e abertura de caminhos.

 

Características

  • Fortes, sedutoras, firmes, empáticas e conscientes;

  • Costumam usar roupas vermelhas, pretas, saias rodadas, lenços, rosas e perfumes;

  • Trabalham com champanhe, cigarros, flores, joias, batons e espelhos.

 

Pombagiras mais conhecidas

  • Pombagira Maria Padilha

  • Pombagira Sete Saias

  • Pombagira Cigana

  • Pombagira Rosa Caveira

  • Pombagira Rainha

  • Pombagira Dama da Noite

  • Pombagira Menina

 

Pombagira não é uma prostituta espiritual, nem espírito vulgar. Ela é símbolo da mulher empoderada e liberta, que transmutou suas dores e hoje ensina a cura do feminino através da aceitação e do prazer saudável.


US MIRINS: ESPÍRITOS BRINCALHÕES E MÁGICOS


Quem são?

Exus Mirins são espíritos infantis masculinos da esquerda, conhecidos por sua irreverência, inteligência e habilidades mágicas. São travessos, mas extremamente sábios. Trabalham de forma sutil, veloz e estratégica.

 

Função espiritual

  • Desmanchar armadilhas espirituais rapidamente;

  • Desorientar obsessores com astúcia e velocidade;

  • Despertar a alegria em médiuns muito rígidos ou mentais;

  • Trabalham como "vigias rápidos" das encruzilhadas espirituais.

 

Características

  • Parecem crianças traquinas, mas são grandes magos disfarçados;

  • Costumam rir, fazer piadas e provocar — mas com respeito;

  • Trabalham com balas, brinquedos, doces, guizos, guaraná, pipoca e cores vibrantes.  (cores fortes pimentas)

 



POMBAGIRAS MIRINS: ENCANTADORAS, SÁBIAS E LIVRES


Quem são?

Pombagiras Mirins são entidades infantis femininas da esquerda, que atuam com leveza, encanto e sedução pura. Trazem a doçura irreverente do feminino, o charme da infância ancestral e a alegria do prazer livre.

 

 

Função espiritual

  • Desbloqueiam traumas emocionais na infância;

  • Cortam laços energéticos prejudiciais com leveza;

  • Trabalham cura do feminino ferido, da criança interior e da repressão sexual.

 

Características

  • Dançam, cantam, brincam e encantam;

  • Usam roupas misturadas a elementos de Pombagira;

  • Trabalham com doces, pirulitos, guaraná, perfumes leves, bonecas e fitas. (cores fortes pimentas)


 


Apesar do nome e da forma leve, brincalhona ou irreverente com que se apresentam, Exus Mirins e Pombagiras Mirins não são espíritos de crianças, nem tampouco entidades infantis no sentido literal da palavra.


Essa nomenclatura – “mirim” – está ligada à maneira como essas entidades se manifestam, com características infantis, lúdicas, provocativas e leves, mas sua essência é extremamente madura, experiente e espiritualizada.

É essencial compreender que os Mirins são, na verdade, espíritos muito evoluídos, que assumem a forma simbólica de crianças travessas ou astutas para:


  • Atuar com agilidade em demandas espirituais densas;

  • Manipular energias negativas com velocidade e neutralidade emocional;

  • Trabalhar nos limites da moral humana, rompendo tabus para trazer libertação.


Sua “infantilidade” é uma máscara ritualística, usada como ferramenta estratégica de trabalho dentro do terreiro. Por trás do riso, do guaraná e do doce, habita um guia experiente, astuto e sábio.

 

“Exu Mirim não é menino. É espírito antigo com roupa de menino travesso.”

 

 

A LINHA DA ESQUERDA COMO EXPRESSÃO DE JUSTIÇA E TRANSFORMAÇÃO


A Linha da Esquerda não está “abaixo” nem “à margem” — ela está na linha de frente espiritual, enfrentando densidades, resgatando espíritos e protegendo os caminhos daqueles que buscam ajuda nos terreiros.


Ela complementa a Linha da Direita, equilibrando razão e emoção, fé e ação, luz e sombra. E, principalmente, acolhe os filhos da dor, os esquecidos, os envergonhados, os feridos, para que voltem a caminhar com firmeza.

 


 

 Diferença entre Erês e Mirins

Elemento

Erês (Linha da Direita)

Exus e Pombagiras Mirins (Linha da Esquerda)

Manifestação simbólica

Criança doce, pura, alegre

Criança irreverente, provocativa e ousada

Campo de atuação

Cura emocional, leveza, alegria

Corte energético, feitiçaria, quebra de demanda

Ligação com Orixás

Oxalá, Ibejis

Exus e Pombagiras

Energia

Positiva e etérea

Neutra, limpa e ágil

Elementos ritualísticos

Doces, brinquedos, flores

Guaraná, balas, espelhos, sinos, pimentas leves

 Fechamento da Gira.

Pai-Nosso e a Ave-Maria na Umbanda


Dentro desse ecossistema espiritual, o Pai-Nosso e a Ave-Maria são orações que permanecem vivas não por dogma religioso, mas por vibração e força espiritual real. Rezamos na abertura e no encerramento.

 

O Pai-Nosso: Oração Universal da Conexão Divina


  • A prece ensinada por Jesus é considerada uma das mais elevadas vibrações de conexão com o Divino.

  • Na Umbanda, ela eleva o campo vibratório, harmoniza o ambiente e prepara o corpo e a mente do médium e dos consulentes para o trabalho espiritual.

  • Também é usada para proteger, abrir caminhos e ancorar a presença de Oxalá, o Orixá da fé e da luz suprema.


Ao rezar o Pai-Nosso, o umbandista não está professando o cristianismo, mas sim ativando uma vibração sagrada e universal de fé, humildade e confiança.

 

A Ave-Maria: Oração de Doçura, Amor e Proteção


  • A Ave-Maria é associada à vibração materna, acolhedora e protetora, muito próxima da energia de Oxum e Iemanjá.

  • Sua recitação em giras e rituais cria um campo de cura emocional, limpeza espiritual e equilíbrio do feminino sagrado.

  • Também é uma oração de consolo, frequentemente usada em giras de Pretos Velhos e nas aberturas de sessões espirituais.

 


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