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O Palacete do Barão do Café – Do Luxo ao silêncio eterno



Foto: Thais Riotto
Foto: Thais Riotto

Local: Casarão de Nhonhô Magalhães, Av. Higienópolis, 758 - Consolação, São Paulo/SP



História do Casarão de Nhonhô Magalhães


Erguido na década de 1920, o Casarão de Nhonhô Magalhães nasceu do sonho grandioso de Carlos Leôncio de Magalhães, um dos mais ricos barões do café do interior paulista, conhecido pelo apelido carinhoso de Nhonhô.


Ambicioso e de gosto refinado, ele desejava construir uma residência que simbolizasse seu poder e prestígio na capital. As obras começaram por volta de 1927, com projeto inspirado nos palacetes europeus que ele admirava durante suas viagens.


Infelizmente, Nhonhô faleceu antes de ver o sonho concluído o casarão só foi finalizado em torno de 1937.


Mesmo assim, tornou-se um símbolo da opulência de uma era, testemunho do período em que a elite cafeeira transferia sua riqueza do interior para os bairros nobres de São Paulo, como Higienópolis.


Durante décadas, o imóvel abrigou membros da família Magalhães, mas com o passar do tempo e as mudanças na cidade, acabou sendo vendido.


Serviu, então, como repartição pública, abrigando órgãos do governo, inclusive a Secretaria de Segurança Pública, antes de cair em certo abandono e mistério.

 

Arquitetura e Estilo


O casarão é um exemplo exuberante do ecletismo arquitetônico que marcou o início do século XX em São Paulo.


Inspirado nos palácios franceses do século XIX, o edifício exibe mansardas no telhado, fachadas simétricas, colunas jônicas e ornamentos detalhados em cada canto. O resultado é uma verdadeira joia da arquitetura urbana.


No interior, a riqueza de detalhes impressiona: escadarias em madeira nobre, vitrais importados da Bélgica, pisos de mármore, salões de baile e salas de música todos planejados para receber saraus e recepções luxuosas.


O jardim frontal e os recuos laterais, raros nos dias atuais, reforçam a grandiosidade do terreno e dão ao casarão um ar de palácio europeu, isolado do burburinho da cidade.


Tudo nele respira o desejo de status e elegância. É uma construção que traduz perfeitamente o estilo de vida da elite paulista da época sofisticada, cosmopolita e em busca de eternizar sua influência através da arquitetura.

 

Usos ao Longo do Tempo


Com o declínio das famílias do café e a urbanização intensa de Higienópolis, o casarão passou por várias transformações.


De residência privada, tornou-se espaço público nas décadas seguintes, sendo usado por repartições estaduais.


Durante esse período, a imponência deu lugar ao desgaste, e a antiga mansão sofreu com o tempo e a falta de manutenção.


No início dos anos 2000, o imóvel foi leiloado e adquirido por um grupo ligado ao Shopping Pátio Higienópolis, que investiu pesado em sua restauração completa. Após anos de obras meticulosas, o casarão ressurgiu com seu brilho original.


Hoje, o espaço é destinado a eventos culturais e privados recebe exposições, desfiles, casamentos e jantares especiais, além de abrir suas portas em ocasiões pontuais para visitas guiadas e projetos de arte.


Parte de seu uso é regida por cláusulas de preservação impostas pelos órgãos de tombamento, garantindo que sua função cultural seja mantida.

 

 Eternos Moradores


O Casarão de Nhonhô Magalhães é considerado por muitos um dos prédios mais assombrados de São Paulo.


Moradores antigos e funcionários públicos que trabalharam ali afirmam ter ouvido passos, vozes e portas batendo sozinhas, especialmente à noite.


As histórias mais conhecidas falam sobre a alma inquieta de Nhonhô, que teria morrido antes de ver seu sonho concluído, e que ainda “visita” o palacete.


Durante os anos em que o prédio ficou fechado, os boatos de vultos nas janelas e luzes acesas sozinhas se espalharam, reforçando sua fama de “casa mal-assombrada de Higienópolis”.


Embora sem comprovação histórica, as histórias contribuíram para transformar o casarão num ícone não apenas da arquitetura paulistana, mas também das lendas urbanas que fascinam moradores e curiosos.

 

O Casarão Hoje: Entre o Passado e o Presente


Após o restauro, o casarão voltou a ocupar um lugar de destaque em Higienópolis. É hoje um símbolo da preservação do patrimônio histórico paulistano um raro exemplar de residência aristocrática que sobreviveu ao avanço dos edifícios modernos. Atualmente é um espaço para eventos.


Seja pela imponência da fachada, pela beleza dos vitrais ou pelas histórias que rondam seus corredores, o Casarão de Nhonhô Magalhães continua despertando curiosidade e admiração.


Ele representa a memória viva de uma São Paulo que sonhava em ser Paris, onde luxo, cultura e mistério convivem lado a lado.

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